terça-feira, 24 de abril de 2007

'Respeite ao próximo como a ti mesmo'

Acho que isso não é um costume no Brasil.
A falta de respeito com o próximo me choca.
Ontem ao chegar em casa minha mãe (deficiente física) me contou que quase foi acidentada ao sair do ônibus, por causa da falta de respeito e atenção de outras pessoas.
Hoje ao me encaminhar ao trabalho encontrei com um troglodita no metrô que para sair do trêm, pois as pessoas que queriam entrar bloquearam toda a porta, deu um empurrão nas pessoas que quase caíram.
Gente, que mundo vivemos?
Somos seres humanos, racionais. Não animais.
Companheirismo, amor ao próximo, cumplicidade, compaixão, prestatividade... Onde foram parar o significado destas e de muitas outras palavras?
Hoje ouve-se, ignorância, desrespeito, má educação... e por ai a fora.
Fico triste em saber de acontecimentos como estes, falta de respeito com idosos, deficientes e pessoas sem necessidades especiais, estas também merecem respeito. Lembro-me que quando eu era novinha, com uns 5 ou 6 anos, ao entrar nos ônibus ou metrôs se não haviam lugares vagos, os homens cediam seus lugares aos idosos, gestantes, portadores de deficiência e mulheres, sim mulheres, toda e qualquer mulher, em qualquer idade.
Onde foi parar esta essência?
Cavalheirismo??? As pessoas hoje desconhecem esta palavra, hoje são é cavalos mesmo.
Temos que respeitar cada indivíduo, com limitações ou não.
Já vi casos de pessoas que empurram a outra e só quando percebem que esta outra tem limitações se desculpam. Porque isso? Se ela fosse uma pessoa sem limitações não merecia o respeito da desculpa?
Cada post que coloco neste blog fico cada vez mais chateada, porque chego a conclusão de que o problema esta dentro de nós, o problema da falta de respeito, da falta de cultura, da falta de recursos, todos os problemas são gerados graças a nossa preguiça, ao nosso individualismo e egoísmo.
Precisamos pensar nas consequências dos nossos atos, nos preocuparmos com o próximo.
Sermos mais humanos.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Lei Cidade Limpa

A Lei Cidade Limpa obrigou que lojas, farmácias e hospitais adequassem os tamanhos das placas de suas fachadas, mas enquanto os comerciantes não providenciam letreiros nas medidas permitidas, alguns moradores e visitantes da cidade de São Paulo encontram dificuldade para encontrar os estabelecimentos que procuram.
Sem as coberturas e painéis, além de deixar muitos consumidores e perdidos, o comércio revela casas com pinturas mal conservadas, reboco aparente e tubulação exposta. É essa situação provisória que não informa e que não alivia a poluição o que mais desagrada à população.

Tá, e depois disso?
Cidade limpa é somente falta de poluição visual? E os lixos que estão em nossas portas desde a semana passada porque os lixeiros estão em greve?
E os lixos que vemos espalhados nas ruas, calçadas, praças, avenidas? Ou melhor, a falta de lixeiras disponíveis para que as pessoas não joguem os lixos nas ruas, claro que a falta de lixeiras não justifica, jogar lixo nas ruas é falta de educação mesmo.
Isso tudo não gera a poluição da cidade nem a falta de limpeza?
Acho que o combate a poluição visual é importante, mas não menos importante que a limpeza das ruas, a educação do povo, a conscientização de que lixo é para ser jogado no lixo e que pode ser reciclado. Primeiramente devia-se voltar as leis para estes pontos e não para a poluição visual, esta sim poderia vir em ultimo plano.
Mas é mais fácil fazer comerciantes gastarem horrores para se adequar a uma lei que com certeza deve beneficiar, não só aos fabricantes de letreiros, dizendo que esta se preocupando com a limpeza da cidade.
Eu amo, meu país, amo minha cidade, mas fico muito chateada com o descaso dos nossos governantes e com a falta de ação da nossa população.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Big Brother

E pensar que terça-feira (03/04) o Brasil parou.
Final do Big Brother Brasil e todos queria ver se o Alemão levaria ou não o 1 milhão. E não só isso muitos votaram para isso acontecer.
Não vou dizer que não assisti, pois é mentira, mas com certeza não me dei ao trabalho de votar.
E fiquei pensando no que o Pedro Bial falou que ele ficou com 91% dos 26 milhões de votos. 26 milhões. É muita gente ligando e votando pela internet, ou sms né.
A maioria dos votos são realizadas por telefone, e cada ligação custa R$ 0,30 (trinta centavos), multiplicado pelos 26 milhões, dá um total de R$ 7.800.000,00. Isso em DOIS dias, por um programa que tem em média 30 minutos de exibição.
Enquanto o Teleton, que tem como objetivo arrecadar fundos para a construção de novos centros de atendimento da AACD para crianças portadoras de deficiências arrecadou em 26 horas de programa seguido, somente com intervalos comerciais 16 milhões em 2006. Isso ainda contando com as doações de valores significativos de artistas, se não houvessem estas doações acredito que somente com os telefonemas não atingiria o valor das ligações do Big Brother Brasil, que tem como objetivo premiar com 1 milhão uma pessoa que desconhecemos, e não temos a mínima noção de onde irá parar este dinheiro.
É engraçado o pensamento do povo Brasileiro.
Quanto ao Criança Esperança que tem como objetivo ajudar crianças carentes em 2006 conseguiu arrecadar 12 milhões.
Acho que esta mais do que na hora de olharmos para nossas prioridades.
Vale mais a pena dedicar seu tempo para premiar um Alemão ou para ajudar pessoas necessitadas?
Coloque a mão na consciência e pense um pouquinho, faça do Brasil um país melhor.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Água

Em reportagem exibida ontem no Fantástico (01/04/2007), na série Planeta Água foi relatado um problema absurdo que acontece em nosso país.

Em Recife, um lugar conhecido como Ilha de Deus é uma comunidade onde parte dos moradores não tem água encanada, e a parte que tem, consome água de má qualidade, misturada à água suja do manguezal.
“Você imagina, nós em pleno século 20, em uma cidade como Recife, que é uma grande metrópole, vivermos sem água. Imagina. Nós estamos no Centro da cidade. Estamos perto do aeroporto, da Praia de Boa Viagem. O centro da cidade de Recife está bem perto e, no entanto, nós estamos sem acesso a esse bem, que é a água”, denuncia o líder comunitário Josías Pedro da Silva.
Josías mora em um canto da Ilha de Deus em que água encanada não chega. Ele vive com a mãe, Berenice Vitorino da Silva. “É difícil, muito difícil viver sem água. A água que temos é a da chuva, quando chove, para tomar banho, para cozinhar. Para beber, mando buscar lá na frente. Isso quando tem, porque, muitas vezes, não tem água. Sempre falta”, conta Berenice, de 68 anos.
Toda ilha é, por definição, cercada de água. A água que cerca a Ilha de Deus, porém, é podre. As borbulhas, que são visíveis no espelho de água, são provocadas pelo esgoto despejado no Rio.
Os netos de dona Berenice moram na parte privilegiada da ilha, lá onde a água chega pelo cano. Só que a água que eles recebem em casa muitas vezes se mistura com a água podre. Os canos de água tratada passam no meio do esgoto.
“Quando o cano quebra, a água do esgoto passa. Ai fica água do esgoto com a água da torneira. Aí não pode beber. Se beber, dá doença”, conta um dos netos de Berenice.
“Nessas populações de baixa renda, a maioria das doenças é causada por veiculação hídrica. É doença de veiculação hídrica: diarréia, doença de pele. Eles não têm chuveiro, não têm banheiro. É muito difícil”, explica a enfermeira Socorro Alencar.
Um estudo feito em favelas de Belo Horizonte mostrou que a implantação de saneamento e abastecimento de água em uma comunidade pode reduzir em 80% os casos de diarréia e diminuir em 46% a desnutrição crônica.
“É um círculo vicioso. Você dá um remédio de verme, mas o menino, daqui a uns dois, três meses, está reinfestado de verminose. O ideal seria não dar remédio. A gente devia trabalhar no nível da prevenção. Mas, como você vai fazer prevenção em um meio ambiente totalmente contaminado? Não tem como. É frustrante”, conta Socorro.
Como a água fornecida não é boa, alguns moradores da Ilha de Deus compram água. Ele entrega água. “O povo da ilha pede e ele entrega água de bicicleta. Até lá em cima. Está R$2,50 a água, um garrafão”, conta um dos netos de Berenice. “Aqui agente compra água de vez em quando. Tem vezes que não tem dinheiro. Aí, pega água na torneira e bota na geladeira”, conta o menino.
“Senhores, senhores dirigentes, daí-nos as vossas mãos. Ajuda aos pescadores e acabem com a poluição. Nós somos da Ilha de Deus, precisamos de proteção para salvar nossa situação. Senhores”, pede, cantando, Berenice.

Enquanto isso fazemos o que?
Continuamos poluindo? Jogando lixo nas ruas? Jogando lixo nos rios?
E o pior é que a população não se dá conta que a culpa disso tudo é dela, só quer saber de cobrar, cobrar e cobrar, mas colocar a mão na cosciencia que é bom ninguém faz.
Ninguém para para guardar um papel de bala no bolso ao invés de jogar nas ruas. E ainda quando recrimino este tipo de atitude muitas vezes ouço a seguinte frase:
-"Estou dando emprego, não jogando lixo".
Juro que tenho vontade de torcer o pescoço de quem me fala isso, mas não posso.
Acho que precisamos de educação esta é a palavra.