No país das diferenças mais uma vez temos a prova de que quem "manda" no país não está nem aí para o povo que nele vive. A fortuna gasta para promover um evento como o Pan (mais de 3 bilhões de Reais) é aquele dinheiro que os nossos governantes dizem não ter para cuidar dos problemas sociais do país. Ainda mais se falando em Rio De Janeiro, todos os dias nos telejornais temos notícias do caos em que vive a cidade, não estou falando somente de violência, os Hospitais públicos estão em situação caóticas, as escolas não possuem estrutura para formar decentemente um cidadão, a segurança é precária, e da violência.... bom, o assunto é sério.
Semanas atrás estive na cidade e ouvi uma conversa de pessoas aparentemente de classe média que fiquei impressionado, o pai pedia ao filho para não sair de casa naquela noite pois na noite passada havia explodido uma granada na porta de sua residência. O mais impressionante de tudo foi que somente eu que não era da cidade fiquei assustado, para o restante era um assunto normal, eles já tratam com naturalidade e este é o grande problema.
Com a realização do PAN estes assuntos sumiram da mídia, enquanto a minoria rica se diverte nos locais dos jogos a minoria pobre rala para buscar um lugar ao sol. Sol este que é o símbolo do Pan, e que em muitos lugares está pixado em muros com uma metralhadora na mão, assustador não? Para mim não mais , esta é a realidade do país, um país de políticos medíocres e corruptos e de um povo que sofre calado.
Mas tudo bem, infelizmente não é o meu texto que irá mudar o país, vamos assistir ao Pan e tentar imaginar o que ocorre por exemplo nas comunidades humildes, ou favela como queiram... pois nelas os marginais que dominam são os políticos deles, corruptos e desonestos como os nossos... Enquanto no Pan temos o tiro ao alvo, mundo afora temos tiro ao alvo também, só que o alvo tem alma, isso quando o alvo não é aquele inocente, as famosas balas perdidas. No momento da maratona, uma criança está também na maratona que é tentar chegar a uma escola na favela. Enquanto no Pan temos a esgrima, uma pessoa a cada minuto morre esfaqueada nas ruas... As comparações são inevitáveis e teria texto pra muitas e muitas linhas.
Mas uma coisa me deixou feliz nessa história, aquele povo que comentei que sofre calado na abertura do Pan deu um sinal de reação, as vaias para o nosso digníssimo presidente serviram como um gesto de total insatisfação com as condições em que o país vive. Foi a vez dele sofrer calado, impossibilitado de ser o responsável pela abertura dos jogos o mesmo foi embora, diferente do povo, com segurança, em paz e com o nosso dinheiro no bolso.