Em reportagem exibida ontem no Fantástico (01/04/2007), na série Planeta Água foi relatado um problema absurdo que acontece em nosso país.
Em Recife, um lugar conhecido como Ilha de Deus é uma comunidade onde parte dos moradores não tem água encanada, e a parte que tem, consome água de má qualidade, misturada à água suja do manguezal.
“Você imagina, nós em pleno século 20, em uma cidade como Recife, que é uma grande metrópole, vivermos sem água. Imagina. Nós estamos no Centro da cidade. Estamos perto do aeroporto, da Praia de Boa Viagem. O centro da cidade de Recife está bem perto e, no entanto, nós estamos sem acesso a esse bem, que é a água”, denuncia o líder comunitário Josías Pedro da Silva.
Josías mora em um canto da Ilha de Deus em que água encanada não chega. Ele vive com a mãe, Berenice Vitorino da Silva. “É difícil, muito difícil viver sem água. A água que temos é a da chuva, quando chove, para tomar banho, para cozinhar. Para beber, mando buscar lá na frente. Isso quando tem, porque, muitas vezes, não tem água. Sempre falta”, conta Berenice, de 68 anos.
Toda ilha é, por definição, cercada de água. A água que cerca a Ilha de Deus, porém, é podre. As borbulhas, que são visíveis no espelho de água, são provocadas pelo esgoto despejado no Rio.
Os netos de dona Berenice moram na parte privilegiada da ilha, lá onde a água chega pelo cano. Só que a água que eles recebem em casa muitas vezes se mistura com a água podre. Os canos de água tratada passam no meio do esgoto.
“Quando o cano quebra, a água do esgoto passa. Ai fica água do esgoto com a água da torneira. Aí não pode beber. Se beber, dá doença”, conta um dos netos de Berenice.
“Nessas populações de baixa renda, a maioria das doenças é causada por veiculação hídrica. É doença de veiculação hídrica: diarréia, doença de pele. Eles não têm chuveiro, não têm banheiro. É muito difícil”, explica a enfermeira Socorro Alencar.
Um estudo feito em favelas de Belo Horizonte mostrou que a implantação de saneamento e abastecimento de água em uma comunidade pode reduzir em 80% os casos de diarréia e diminuir em 46% a desnutrição crônica.
“É um círculo vicioso. Você dá um remédio de verme, mas o menino, daqui a uns dois, três meses, está reinfestado de verminose. O ideal seria não dar remédio. A gente devia trabalhar no nível da prevenção. Mas, como você vai fazer prevenção em um meio ambiente totalmente contaminado? Não tem como. É frustrante”, conta Socorro.
Como a água fornecida não é boa, alguns moradores da Ilha de Deus compram água. Ele entrega água. “O povo da ilha pede e ele entrega água de bicicleta. Até lá em cima. Está R$2,50 a água, um garrafão”, conta um dos netos de Berenice. “Aqui agente compra água de vez em quando. Tem vezes que não tem dinheiro. Aí, pega água na torneira e bota na geladeira”, conta o menino.
“Senhores, senhores dirigentes, daí-nos as vossas mãos. Ajuda aos pescadores e acabem com a poluição. Nós somos da Ilha de Deus, precisamos de proteção para salvar nossa situação. Senhores”, pede, cantando, Berenice.
Josías mora em um canto da Ilha de Deus em que água encanada não chega. Ele vive com a mãe, Berenice Vitorino da Silva. “É difícil, muito difícil viver sem água. A água que temos é a da chuva, quando chove, para tomar banho, para cozinhar. Para beber, mando buscar lá na frente. Isso quando tem, porque, muitas vezes, não tem água. Sempre falta”, conta Berenice, de 68 anos.
Toda ilha é, por definição, cercada de água. A água que cerca a Ilha de Deus, porém, é podre. As borbulhas, que são visíveis no espelho de água, são provocadas pelo esgoto despejado no Rio.
Os netos de dona Berenice moram na parte privilegiada da ilha, lá onde a água chega pelo cano. Só que a água que eles recebem em casa muitas vezes se mistura com a água podre. Os canos de água tratada passam no meio do esgoto.
“Quando o cano quebra, a água do esgoto passa. Ai fica água do esgoto com a água da torneira. Aí não pode beber. Se beber, dá doença”, conta um dos netos de Berenice.
“Nessas populações de baixa renda, a maioria das doenças é causada por veiculação hídrica. É doença de veiculação hídrica: diarréia, doença de pele. Eles não têm chuveiro, não têm banheiro. É muito difícil”, explica a enfermeira Socorro Alencar.
Um estudo feito em favelas de Belo Horizonte mostrou que a implantação de saneamento e abastecimento de água em uma comunidade pode reduzir em 80% os casos de diarréia e diminuir em 46% a desnutrição crônica.
“É um círculo vicioso. Você dá um remédio de verme, mas o menino, daqui a uns dois, três meses, está reinfestado de verminose. O ideal seria não dar remédio. A gente devia trabalhar no nível da prevenção. Mas, como você vai fazer prevenção em um meio ambiente totalmente contaminado? Não tem como. É frustrante”, conta Socorro.
Como a água fornecida não é boa, alguns moradores da Ilha de Deus compram água. Ele entrega água. “O povo da ilha pede e ele entrega água de bicicleta. Até lá em cima. Está R$2,50 a água, um garrafão”, conta um dos netos de Berenice. “Aqui agente compra água de vez em quando. Tem vezes que não tem dinheiro. Aí, pega água na torneira e bota na geladeira”, conta o menino.
“Senhores, senhores dirigentes, daí-nos as vossas mãos. Ajuda aos pescadores e acabem com a poluição. Nós somos da Ilha de Deus, precisamos de proteção para salvar nossa situação. Senhores”, pede, cantando, Berenice.
Enquanto isso fazemos o que?
Continuamos poluindo? Jogando lixo nas ruas? Jogando lixo nos rios?
E o pior é que a população não se dá conta que a culpa disso tudo é dela, só quer saber de cobrar, cobrar e cobrar, mas colocar a mão na cosciencia que é bom ninguém faz.
Ninguém para para guardar um papel de bala no bolso ao invés de jogar nas ruas. E ainda quando recrimino este tipo de atitude muitas vezes ouço a seguinte frase:
-"Estou dando emprego, não jogando lixo".
Juro que tenho vontade de torcer o pescoço de quem me fala isso, mas não posso.
Acho que precisamos de educação esta é a palavra.